Investigadores da Universidade de Minas Gerais, no Brasil, descobriram a maneira de evitar a espionagem na internet realizada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), utilizando um novo processo de encriptação das comunicações realizadas através de fibra óptica.
“O Estado brasileiro tem conhecidas razões para não confiar na maneira como entidades dos Estados Unidos da América se comportam em relação à privacidade das comunicações telefónicas ou por internet, pelo que é natural tentarmos defender-nos dessas práticas”, afirmou em Brasília uma fonte do Ministério das Relações Exteriores.
“É do conhecimento geral de que até as conversas telefônicas da nossa presidenta foram espiadas pela NSA”, acrescentou a fonte, “pelo que não podemos permitir que essas coisas se repitam, mesmo que responsáveis de Washington procurem garantir que tais práticas foram suspensas”.
Os investigadores Geraldo Barbosa e Jeroen van de Graaf, da Universidade de Minas Gerais, encontraram maneira de contornar as dificuldades que existiam em torno da encriptação efémera de chaves de comunicação, de facto um método seguro mas que implicava uma chave pré-definida por cada comunicação.
Os dois cientistas anunciaram já em Junho que descobriram a maneira de tornar muito mais prático o sistema de distribuição de chaves tirando proveito das potencialidades da fibra óptica através da modulação de sinais de luz, que torna as chaves de tal maneira aleatórias que ficam praticamente impossíveis de descodificar.
Uma das vantagens do processo citadas pelos autores da descoberta é a de ser utilizável em sistemas de fibra óptica já instalados. Além disso, evita o recurso a dispendiosos processos de encriptação que são propriedade de algumas empresas multinacionais do sector.
As investigações foram financiadas pela Renasic, Rede Nacional de Segurança de Informação e Criptografia, empresa integrada no gabinete da Presidência Brasileira, e pelas Forças Armadas.
Gazeta de Caaporã
Por Luís O. Nunes, São Paulo, em Jornalistas Sem Fronteiras