O vazamento na internet de dados de 50 mil policiais militares no Rio de Janeiro será alvo de uma investigação da Polícia Civil. Na manhã desta segunda-feira, integrantes do setor de informática da PM deverão formalizar a denúncia na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). A página no Facebook do grupo Anoncyber & Cyb3rgh0sts, ligado às manifestações que ocorreram em todo o país, divulgou o link para um site onde foram armazenadas informações, como CPF, número de identidade, e-mail, telefone, conta bancária e até endereço.
O grupo revelou, inclusive, dados particulares do coronel Luís Castro, comandante-geral da corporação. Segundo a Polícia Militar, os hackers obtiveram as informações ao invadir o site do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), que foi retirado do ar neste sábado, por medida de segurança. E só voltou a funcionar na manhã deste domingo.
O link com as informações foi removido do Facebook após denúncia feita pela PM. Em nota, a corporação lamentou o episódio e disse que as providências para identificar e punir os responsáveis já estão sendo tomadas. Mas o vazamento dos dados já repercute entre os policiais. Vanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Cabos e Soldados, cogita uma ação na Justiça, responsabilizando o governo estadual episódio. Nesta segunda-feira, ele irá consultar um advogado para definir qual postura a entidade irá adotar.
— A vida dos policiais e dos seus familiares está sendo colocada em risco por uma falha da instituição. Se o PM não tem a proteção do estado, como vai ter condições psicológicas para dar proteção ao cidadão? — questiona Vanderlei.
O coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante da PM e secretário de Segurança em Duque de Caxias, define o vazamento como “um tipo de terrorismo”:
— O pior é que podem fazer isso com outras autoridades no país.
“Não queria prejudicar parentes de PMs”
Em conversa pelo Facebook com o EXTRA, na noite deste domingo, um representante do grupo Anoncyber & Cyb3rgh0sts disse que a intenção não era prejudicar os parentes dos policiais militares que tiveram seus dados pessoais divulgados pela internet. O grupo, ligado às manifestações, assumiu a autoria pelo vazamento dos dados dos policiais militares do Rio.
O hacker disse que os responsáveis pelo vazamento moram em São Paulo. E que a ação é uma resposta à violência policial durante os protestos feitos nos últimos dias. “O Anoncyber é uma ideia apenas isso já deixamos de ser pessoas há muito tempo”. Segundo o hacker, que assumiu a autoria do vazamento, os dados pessoais dos policiais militares do Rio já foram apagados da internet.
Vários internautas deixaram comentários no perfil do Anoncyber no Facebook, inclusive com ameaças de morte. No fim da noite, um comunicado postado pelos hackers tentou reduzir o impacto negativo, um dia depois da divulgação dos dados dos PMs: “Pedimos sinceras desculpas a todos os policiais militares”.
De acordo com um policial militar, que não se identificou, o principal alvo dos trotes seriam os integrantes do Batalhão de Choque, responsável por dispersar a multidão nas manifestações. Em outro trote, um homem teria telefonado para um PM. Na conversa, disse o endereço da casa dele e que iria matar os seus parentes.
— Estou mudando as senhas do meu e-mail. O endereço, no entanto, não posso mudar. A preocupação é com a minha conta no banco, porque faço transações pela internet — explicou um tenente da PM, que preferiu não se identificar.
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